O evento foi realizado na zona norte de São Paulo e contou com a participação de colaboradores, pacientes, entre outros profissionais da área de saúde mental
No dia 25 de agosto, as Coordenações de Saúde Mental e Educação Corporativa da Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Norte e Supervisão Técnica de Saúde (STS) de Santana/Jaçanã/Tucuruvi/Tremembé, realizaram o “Seminário de Desinstitucionalização: os desafios de ser e existir na cidade”.
O evento, que aconteceu no auditório do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do Centro de Referência do Idoso da Zona Norte de São Paulo (CRI Norte), situado no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, reuniu mais de 60 participantes da área de saúde mental, Atenção Básica e serviços de Urgência e Emergência dos territórios de Santana e Jaçanã, bem como de outras regiões da Zona Norte paulista.
Durante o seminário, os participantes puderam mergulhar no contexto histórico da reforma psiquiátrica e explorar estratégias cruciais para a consolidação de ações de desinstitucionalização. O principal objetivo de tais ações é ampliar a produção de cuidado, através da relevância que é dar lugar à subjetividade e autonomia dos pacientes no processo assistencial.
A abertura do evento contou com a presença de pessoas proeminentes na área, incluindo Adriana Brazão, psiquiatra e assessora técnica de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde; Andrea Rosa, terapeuta ocupacional e assessora técnica de saúde mental da CRS Norte; Douglas Sacagucchi, enfermeiro e assessor técnico de saúde mental da STS de Santana/Jaçanã/Tucuruvi/Tremembé; e Natália Soares, assistente social e coordenadora técnica de saúde mental da SBCD.
Um dos momentos mais significativos do seminário foi o diálogo com os moradores dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) localizados no Mandaqui e no Jaçanã. Os usuários desses serviços compartilharam suas experiências como residentes das SRTs, proporcionando uma visão valiosa sobre o cotidiano e a vida a partir da liberdade e fora dos hospitais psiquiátricos.
O evento foi organizado a partir de três mesas de debates, sendo as mesas compostas por trabalhadores, assessores, gestores, bem como os moradores das SRTs. Após a mesa de abertura, a primeira mesa trouxe como temática “Os manicômios além das paredes: como construir uma narrativa que afirme a ética do cuidado em liberdade?”, sendo esta composta por Priscilla Cordeiro, gestora do CAPS II Jaçanã; e Debora Marinho, gestora de SRT na Zona Leste.
A segunda mesa debateu a pauta a partir do tema “Viver na cidade: os desafios da tecitura das redes comunitárias“, contando com a presença de Thais Beiral, gestora do SRT Jaçanã; e Sonia Zapporelli, profissional da área de saúde mental. Já na terceira mesa, a proposta era que os moradores pudessem falar de suas experiências. Participaram Adriano dos Santos e Edson Guedes, residentes do SRT Mandaqui I; além de Felipe Soengas e Waldomiro Francisco, residentes do SRT de Jaçanã I. Todas as mesas contaram com a mediação de Adriane Henderson, assessora técnica de Saúde Mental da SBCD.
“Este evento proporcionou uma troca crucial de experiências e contribuiu significativamente para o desenvolvimento de estratégias voltadas para a assistência em saúde mental a partir da proposta de desinstitucionalização. O diálogo aberto entre profissionais da saúde, gestores e usuários dos serviços é fundamental para avançarmos na construção de uma cidade mais inclusiva e acolhedora para aqueles que enfrentam desafios em sua jornada de saída dos hospitais psiquiátricos”, comenta Natália Soares, coordenadora técnica de saúde mental da SBCD.
O “Seminário de Desinstitucionalização: os desafios de ser e existir na cidade” foi um passo importante na promoção e acesso a espaços de discussão e construção de uma saúde mental mais acessível e humanizada na cidade de São Paulo, reforçando o compromisso da SBCD, Prefeitura e de seus parceiros em transformar a realidade daqueles que enfrentam questões de saúde mental na metrópole.
