Roda de conversa com o Dr. Newton Tomio Miyashita reforça a cultura da humanização no Novo Hospital Regional de Picos (PI)

O cuidado em saúde vai muito além da técnica. Ele acontece também no olhar, na escuta e no gesto que conforta. Foi com essa perspectiva que o Novo Hospital Regional de Picos, administrado pela Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD) sob contrato de gestão com o Governo do Estado do Piauí e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), contou uma visita especial. Assim, a unidade recebeu o Dr. Newton Tomio Miyashita, Coordenador Corporativo do Programa de Humanização da SBCD.
A vinda do médico à unidade marcou uma etapa importante do programa “Comunicação Efetiva, Não Violenta e Humanizada”, em desenvolvimento há três meses com os colaboradores do hospital. Recebido pela diretora técnica Dra. Nara Laís Silva Batista de Barros, o Dr. Newton conduziu uma roda de conversa sobre os princípios da humanização no cuidado hospitalar e o impacto que ela tem na vida de pacientes e profissionais.
“O sorriso improvável, mas humanizadamente possível”

Foto: Newton Tomio Miyashita
Durante a visita, um momento simples se transformou em símbolo. Ao conhecer uma paciente internada na UTI, Lorena Viviane do Valle Miranda, o médico se surpreendeu por um sorriso luminoso, mesmo entre fios e monitores. Ela lhe mostrou uma pintura feita durante uma das atividades de humanização promovidas pela equipe multiprofissional.
Dr. Newton registrou a cena em uma fotografia que chegou a participar do concurso “Sob o Olhar Compassivo do Médico”, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
“A foto poderia se chamar O Sorriso Improvável, mas humanizadamente possível. O contraste entre a tecnologia da UTI e a arte criada pela paciente é o que deu vida à cena”, descreve o Dr. Tomio.
Para o também médico Dr. Brás, que estimulou a participação do Dr. Newton no concurso, o registro revela a essência do programa. “Eu sabia que o Dr. Tomio tinha esse olhar humano, capaz de transformar uma cena cotidiana em um registro de grande valor simbólico. O resultado mostra que estávamos certos”, diz.
Humanização que inspira e transforma
Segundo a assistente social Alana Mara Macedo, a visita renovou o compromisso da equipe com um atendimento verdadeiramente humanizado. “Buscamos colocar em prática a humanização hospitalar por meio da escuta ativa, de pacientes, acompanhantes e colaboradores. Promovendo um ambiente acolhedor para todos. Por isso, temos atividades como pinturas, jogos, sessões de cinema, celebrações e cultos. A presença do Dr. Newton nos motivou ainda mais a desenvolver empatia, escuta e comunicação”.
A diretora técnica, Dra. Nara Laís Silva Batista de Barros, acrescenta que a humanização é um novo paradigma para a saúde. “Ela propõe um cuidado centrado na pessoa e não apenas no paciente. Valorizando dignidade, autonomia, contexto emocional e social. Ou seja, é a busca pelo nosso Ikigai, conceito japonês que significa encontrar o propósito que dá sentido à vida. Humanizar é lembrar que, por trás de toda doença, há um ser humano que precisa de respeito e compaixão”, destaca.
Para a médica, essa visão deve orientar tanto o cuidado com o paciente quanto o bem-estar dos profissionais. “Nosso hospital quer ser um espaço onde o indicador felicidade seja também um parâmetro de qualidade. E o Dr. Newton nos deixou uma pergunta essencial: Qual é o seu índice de felicidade hoje?”.
Um programa que se estende pela rede
E assim, o Programa de Humanização da SBCD tem se consolidado como uma política institucional voltada à empatia, à escuta e à comunicação não violenta em todas as unidades sob sua gestão.
Dr. Newton destaca que o projeto, em desenvolvimento há três meses no hospital, deve se expandir para outras unidades de Picos, como a UPA e o Hospital Regional Justino Luz. Fortalecendo uma cultura de cuidado em rede. “A discussão presencial do tema consolidou a adesão da equipe. E foi uma experiência maravilhosa, marcada pelo acolhimento e pela sensibilidade de todos”, afirma.
A coordenadora administrativa Sauma Guimarães complementa que “a implantação do Programa de Humanização representa um avanço na qualidade do atendimento e na valorização dos profissionais. E por fim, garante um ambiente mais acolhedor, relações mais saudáveis e maior confiança entre pacientes e equipe. É um compromisso com a assistência ética, eficiente e, acima de tudo, acolhedora”, conclui.