Evento teve por objetivo reunir pessoas que ouvem vozes e profissionais de saúde para trocarem experiências sobre suas vivências
Trabalhadores e usuários dos Centros de Atenção Psicossocial CAPS III Mandaqui e CAPS II Dr. Leonídio Galvão Santos, reuniram-se para promover o primeiro encontro de ouvidores de vozes no território Santana Jaçanã, em São Paulo. Realizado na biblioteca do Parque da Juventude, o encontro serviu para comemorar o dia do Reconhecimento do Ouvidor de Vozes, celebrado no dia 14 de setembro.
O objetivo da iniciativa foi reunir usuários e trabalhadores que participam de grupos de ouvidores de vozes que são realizados nos Centros de Atenção Psicossocial, para troca de experiências sobre essa metodologia, que é internacionalmente reconhecida, bem como compartilhar sobre as experiências com familiares, comunidade e demais usuários.
“Os grupos de ouvidores de vozes são uma importante estratégia de cuidado, cujo principal objetivo é oferecer acolhimento para pessoas que vivem a experiência de ouvir vozes, para que encontrem suporte no processo de descobrimento de estratégias em viver com essa experiência da melhor maneira possível”, explica a assessora técnica em Saúde Mental, Adriane Henderson.
De acordo com a profissional, os grupos de ouvidores de vozes atuam para desconstruir a ideia de patologização e estigmatização imediata acerca da experiência de ouvir vozes, de modo que cada experiência possa ser cuidada de maneira singular, impendo os processos de hipermedicalização.
“O fator de ‘ouvir vozes’ pode ser considerado uma experiência humana relativamente comum e muitas pessoas que ouvem vozes encontraram uma maneira de viver com elas, já outras vivem experiências de sofrimento. Nosso intuito com tal iniciativa é o de proporcionar apoio, respeito mútuo e empatia, oferecendo um espaço seguro para os participantes compartilharem suas experiências”, declara Adriane.
Outro foco da ação foi o de potencializar as parcerias entres os serviços, trabalhadores, ouvidores de vozes, as famílias e a comunidade. “Dessa forma fortalecemos esse trabalho, pois esta abordagem está alinhada com as diretrizes da lógica da atenção psicossocial, que deve orientar o trabalho das equipes de saúde mental no território”, complementa a coordenadora da Saúde Mental da Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD), Natália Soares.
Os Centros de Atenção Psicossocial CAPS III Mandaqui e CAPS II Dr. Leonídio Galvão Santos fazem parte das Unidades de Saúde administradas pela Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD) na Zona Norte da capital, através de contrato de gestão junto à Prefeitura do Município de São Paulo.