Criação de um Núcleo de Prevenção à Violência e uma Rede de Enfrentamento e Apoio estiveram no centro das discussões promovidas durante o encontro

Cubatão está desenvolvendo uma rede municipal de enfrentamento e apoio às mulheres vítimas de violência. Assim, essa rede se compõe por representantes da Secretaria Municipal da Saúde, Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos, Conselho Municipal da Condição Feminina, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD). A última trata-se da responsável pela administração da Atenção Primária à Saúde no município por meio de contrato de gestão junto à Prefeitura.
Dessa forma, representantes destas entidades precursoras da iniciativa participaram de um encontro, na última quarta-feira (11). No auditório da Secretaria de Indústria, Porto e Emprego de Cubatão, os participantes colocaram em discussão uma série de abordagens e estratégias referentes ao combate à violência doméstica contra as mulheres. Assim como discutiram formas de alerta, acolhimento e orientações às vítimas.
“Sabemos que muitos casos de violência ganham identificação pela primeira vez nas Unidades Básicas de Saúde. Por isso, tratamos como algo imprescindível essa capacitação. Para que os profissionais que atuam nessas Unidades reconheçam os sinais de abuso. E agirem com empatia e responsabilidade. Esse cuidado não vem apenas como um dever institucional, mas como um compromisso ético com a proteção da vida e da dignidade das mulheres”, constata Viviane Barbosa, apoiadora em Saúde Mental da SBCD.
acolhimento à mulher vítima de violência doméstica
De acordo com o grupo que participou das discussões, a comunicação entre os setores envolvidos é fundamental para que o acolhimento à mulher vítima de violência seja completo e seguro. “Compartilhar informações, alinhar procedimentos e capacitar equipes são medidas essenciais para evitar que essas mulheres se sintam desamparadas. Portanto, a criação dessa rede se trata de um passo importante para a construção de uma política pública efetiva. E sensível às necessidades reais dessa população”, afirma a Presidente do Conselho da Mulher de Cubatão, Cristina Oliveira.
Assim, ao propor uma abordagem que vai além do acolhimento inicial, o grupo entende se tratar de um avanço significativo no enfrentamento à violência contra a mulher. “Essa articulação reflete o entendimento de que a violência contra a mulher é um problema sistêmico, que exige respostas intersetoriais e estratégicas. E o trabalho conjunto dessas frentes amplia a capacidade de atendimento e garante respostas mais eficazes e humanizadas. A ideia é atuarmos de forma integrada e preventiva, com foco em ações coordenadas, que consideram o impacto da violência em toda a estrutura familiar. Ou seja, a proposta é fortalecer uma rede de apoio qualificada e sensível, preparada para lidar com a complexidade desse tipo de situação”, declara Cristina Oliveira.
encontro contou com delegada da delegacia de defesa da mulher
O encontro contou ainda com a presença da delegada Mayla Hadid, da Delegacia de Defesa da Mulher de Cubatão. Na oportunidade, Mayla contribuiu compartilhando experiências à frente da Delegacia de Defesa da Mulher. Dividindo com os participantes o relato de casos e quais condutas adotar em casos de constatação da violência. “Esse tipo de encontro se faz necessário para que possamos ampliar o olhar dos participantes sobre os fatores que incidem e que fazem eclodir a situação de violência contra a mulher. Preparando-os para acolher, encaminhar e atender essa mulher de forma integral. Portanto, o objetivo é enxergar a complexidade desse fenômeno e entender que a violência precisa de um enfrentamento sistêmico e articulado entre os órgãos de defesa”, explica a delegada.
Segundo a autoridade policial, é preciso ter um olhar aprofundado sobre os fatores que incidem nas dinâmicas de violência. “Só assim é possível que as forças de segurança tenham uma atuação mais concreta e efetiva em relação às vítimas. Reduzindo a quantidade de casos e obtendo sucesso no combate ao problema”, finaliza Mayla Hadid.



