Treinamento foi voltado a médicos e enfermeiros que atuam na saúde do município e ocorreu nos dias 16 e 30 de setembro
Uma parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Saúde da Jacareí, a Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD) e o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de São José dos Campos, proporcionou um treinamento a médicos e enfermeiros que atuam no município de Jacareí para capacitação profissional no atendimento a vítimas de acidentes com animais peçonhentos.
A capacitação se deu através de palestras, aulas expositivas, discussões de casos e estações de casos realísticos, tudo voltado a ampliar o conhecimento e o desenvolvimento de habilidades para o rápido reconhecimento e tratamento adequado dos casos. “Essa iniciativa tem o objetivo de qualificar a equipe de médicos e enfermeiros do ponto estratégico de soros antivenenos e vem ao encontro do nosso trabalho permanente na promoção de qualidade assistencial”, explica Nadia Aparecida Leite, coordenadora assistencial e responsável técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dr. Thelmo de Almeida Cruz.
Em Jacareí, UPA Dr. Thelmo é referência de atendimento para casos de pessoas vítimas de acidentes com animais peçonhentos, não só para o município, mas também para as cidades de Igaratá e Santa Branca. A Unidade é administrada pela Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD), através de contrato de gestão junto à prefeitura municipal.
De acordo com o Dr. Carlos Roberto de Medeiros, médico pesquisador do laboratório de ecologia e evolução do Instituto Butantan e que ministrou palestra aos participantes do treinamento, a área de atendimento de acidentes por animais peçonhentos é pouco discutida nos currículos médicos, especialmente nos grandes centros. “Por conta disso, esse tipo de iniciativa é fundamental para que tenhamos profissionais preparados para atender adequadamente pacientes com esse tipo de problema. Não basta ter o soro à disposição, é fundamental que os profissionais saibam fazer o diagnóstico e utilizar o soro na dosagem correta, de acordo com o caso específico”, afirma o especialista, que também exerce atividade no Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA).
Para Bianca Simões Celegato, diretora do grupo de Vigilância Epidemiológica de São José dos Campos, a única forma de qualificar o atendimento é através da educação permanente. “Por conta disso, iniciativas como essa são imprescindíveis, promovemos capacitação de forma contínua e, ao detectar a necessidade de uma atualização, refazemos o processo. Isso é fundamental porque trabalhamos todos em um processo interligado, que precisa estar muito bem alinhado, entre conduta precisa, administração oportuna do soro e conservação de forma adequada. Se uma dessas partes não funcionar corretamente o paciente é colocado em risco”, alerta.
Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Maria de Fátima Cruz dos Santos, a capacitação faz com que todos os profissionais envolvidos passem a ter o mesmo entendimento sobre o problema e possam oferecer um atendimento de excelência aos pacientes. “O que chama bastante atenção em nossa região é o alto índice de acidentes com escorpiões, que são bastante recorrentes, mas tivemos o cuidado de abordar também casos relacionados a cobras e aranhas, que também possuem registros, ainda que em menor número, mas precisam ser encarados com a mesma importância”, finaliza.