Neste mês de fevereiro, mais precisamente no dia 20, a Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD) deu início ao contrato de gestão de quatro Casas Terapêuticas na cidade de Itu. Cada um dos serviços tem capacidade para atender 10 pessoas. O contrato assinado junto à administração municipal tem a duração de 12 meses, podendo ser renovado, e prevê um investimento mensal de R$ 206.366,33 para o funcionamento das quatro casas. Ao todo, os serviços contam com uma equipe de 27 pessoas, sendo cinco técnicos de enfermagem, 20 cuidadores e dois auxiliares de limpeza.
Mesmo podendo abrigar 10 pessoas em cada, apenas uma das Casas Terapêuticas tem esse número de residentes, enquanto as outras três tem, respectivamente, nove, oito e sete em cada. Cabe à secretaria municipal de Saúde encaminhar os atendidos para preencher as vagas que faltam.
Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), como são chamados, fazem parte de uma linha mais moderna de pensamento no que tange ao tratamento psicossocial, oferecendo alternativas de moradia para pessoas que estão internadas há anos em hospitais psiquiátricos, além de servir de apoio a usuários de outros serviços de saúde mental que não contam com suporte familiar e social suficientes para garantir espaço adequado de moradia.
A iniciativa faz parte da chamada luta antimanicomial, que teve início por volta dos anos 70 com o objetivo de combater o modelo segregacionista de pessoas com sofrimento mental vigente no país, que acaba por potencializar ainda mais o preconceito contra essa parcela da população. A ideia, portanto, é lembrar que, como todo cidadão, estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade e a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
O foco principal é, além de garantir uma moradia digna, ajudar esse grupo de pessoas em seus processos de ressocialização da forma mais humanizada possível, como explica a Gerente da Atenção Primária da SBCD, Estela Barbosa Santana da Silva: “O maior objetivo do projeto é abrigar essas pessoas que são oriundas de hospitais psiquiátricos, ficaram muito tempo hospitalizadas, e a grande intensão é ressocializar, garantir, de maneira muito humanizada, o atendimento necessário na rede pública, na rede hospitalar, ou que tenham participação nas áreas de lazer, por exemplo.”